Atividade 8

Necessidades, problemáticas e oportunidades identificadas

O capital humano representa uma importante fonte de crescimento económico. No contexto europeu, Portugal apresenta ainda uma lacuna substancial em termos de qualidade e quantidade de capital humano. O investimento contínuo no conhecimento como forma de aumentar a produtividade do país é imperativo (Pereira & Lains, 2011).

A escassez de trabalhadores qualificados tem sido frequentemente atribuída, entre outras coisas, ao desajustamento entre os sistemas educativos e as necessidades das empresas, ou ao facto de os perfis de aprendizagem e de formação não serem adequados aos atuais cenários económicos (Tijdens et al., 2012).

Neste sentido, Portugal necessita de melhorar a eficácia e qualidade da sua oferta formativa e explorar mais sistematicamente os nichos de mercado de formação. Porém, ajustar a oferta formativa de acordo com as necessidades dos empregadores nem sempre é fácil (European Commission, 2012; Comissão Europeia, 2022). Neste contexto, propõe-se a realização de um estudo de diagnóstico orientado para a adequação da oferta às necessidades das regiões onde as instituições do Grupo Lusófona se inserem. Este estudo terá em atenção as (des)igualdades de género e socioeconómicas em termos de oportunidades de emprego.

Descrição da atividade

Esta atividade irá sustentar-se numa metodologia de investigação qualitativa (Selvi, 2019) e compreenderá os seguintes momentos:

• Análise da oferta formativa das instituições proponentes do Grupo Ensino Lusófona, ao nível do 1º, 2º e 3º ciclo, bem como a oferta não conducente a grau, com base em listagens fornecidas pelos serviços académicos das instituições envolvidas.
• Levantamento das áreas de atividade do tecido económico das regiões onde estão inseridas as instituições proponentes do Grupo Ensino Lusófona.
• Auscultação de representantes do tecido económico sobre as necessidades não satisfeitas de competências e de capital humano nas regiões onde estão localizadas as instituições proponentes.
• Estudo da adequação da oferta formativa e das competências que pretende desenvolver às necessidades do tecido económico das regiões onde se inserem as instituições.
• Identificação de áreas lacunares da oferta formativa e proposta de sua racionalização no contexto do potencial contributo para o desenvolvimento das regiões.
• Recolha das opiniões de stakeholders externos relativamente às propostas de expansão da oferta formativa.

Inovação e formas ativas de ensino – aprendizagem

Além de constituir uma inovação em si, a reorientação e/ou criação de oferta formativa de acordo com as necessidades do mercado de trabalho criará novas oportunidades para inovações no ensino/aprendizagem em parceria com representantes do tecido empresarial (empresa júnior, padrinhos empresariais, etc.), conforme previsto nas outras atividades compreendidas no objetivo 3 (Reforçar a orientação da oferta para as necessidades do mercado de trabalho).

Metas

• Relatório de diagnóstico da adequação da oferta às necessidades da região.
• Identificação de áreas prioritárias para desenvolvimento e/ou reorientação da oferta formativa no sentido de maior ajustamento com as necessidades do mercado de trabalho.
• Desenvolvimento e/ou reorientação da oferta formativa no sentido de maior ajustamento com as necessidades do mercado de trabalho.

Metodologia

Antecipando a dificuldade de aceder a representantes do tecido empresarial, o desenvolvimento do estudo será acompanhado por:

• Janeiro 2023 – Contactos prévios para aferição do melhor meio de recolher informação junto destes atores.
• Janeiro fevereiro 2023 – Garantia da consistência do tipo de informação solicitada, independentemente do meio da sua recolha, através da transversalidade dos tópicos a abordar.
• Março 2023 – Garantia da consistência da análise da informação recolhida através de análises cruzadas pelos diferentes investigadores envolvidos (cross-checking).
• O impacto será avaliado, a longo prazo, pela variação do número de estudantes recrutados para a oferta formativa nova e/ou reorientada e pelo grau de satisfação tanto destes estudantes e dos empregadores com a nova oferta formativa.
• O impacto será também avaliado pela capacidade de inserção no mercado de trabalho dos graduados da nova oferta formativa monitorizada através dos gabinetes de empregabilidade.